Depressão Pós-Parto como Transtorno Psiquiátrico
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Depressão Pós-Parto como Transtorno Psiquiátrico

A relação entre mãe-filho deve ser preservada, até mesmo durante uma internação eventual, com assistência de equipe multidisciplinar. A prevenção parece ser a grande chave do tema.

Mães com partos recentes são vulneráveis a amplo espectro de transtornos psiquiátricos.

A classificação atual (e ainda utilizada) parece defasada e com os dias contados, segundo novos estudos científicos. Ou seja, sensação de tristeza, depressão pós-parto e psicose puerperal devem dar lugar à nova e revolucionária classificação que consta de quatro partes:

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  1. Psicoses, incluindo a orgânica (por pós-eclampsia e infecções), a psicogênica (relacionada a estresse severo, como ciúme doentio do marido com o nascimento do bebê) e a bipolar (a mais frequente delas);
  2. Transtornos do relacionamento mãe-bebê, que são frequentes em 10% a 25% das mulheres, e podem levar à rejeição da criança, a maus tratos e até a infanticídios descritos. Aqui o foco afetivo é diferente daquele relacionado à depressão propriamente dita. Isso ainda é ignorado ou subestimado na medicina.
  3. Depressão - Conceito importante por questões legais, porém, do ponto de vista médico, mais enfraquecido, já que a associação entre depressão e puerpério é fraca. Não há diferença significativa de depressão no período do pós-parto e em outros períodos de vida da mulher. Mulheres com depressão pós-parto formam um grupo heterogêneo. Algumas têm, na realidade, ansiedade, transtorno obsessivo e transtorno do estresse pós-traumático. Muitas já tiveram outros episódios de depressão, em momentos anteriores de suas vidas;
  4. Sintomas resultantes:
  • a) de fatores estressores durante o parto (transtorno do estresse pós-traumático);
  • b) de transtornos de ansiedade específicos, mais frequentes que a depressão, porém pouco enfatizados e valorizados ainda. Por exemplo, 10% das mulheres têm início de transtorno do pânico em tal período;
  • c) de obsessões de machucar a criança ou outras preocupações mórbidas.

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Portanto, por conta da diversidade da doença mental no pós-parto, dos riscos ao recém-nascido e à própria mãe, intervenções mais eficazes, incluindo as profiláticas, são necessárias, com classificações e diagnósticos psiquiátricos mais adequados.

Os dias dos atuais manuais diagnósticos e classificatórios em saúde mental parecem contados. A futura versão do CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) e do DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico em Saúde Mental, da Associação Psiquiátrica Americana), que serão respectivamente o CID 11 e o DSM V devem sofrer uma revolução, no que tange aos transtornos psíquicos do pós-parto, com mudanças significativas.

A relação entre mãe-filho deve ser preservada, até mesmo durante uma internação eventual, com assistência de equipe multidisciplinar. A prevenção parece ser a grande chave do tema.

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Redação IS

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