Fibromialgia e transtornos dissociativos
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Fibromialgia e transtornos dissociativos

Mulheres com fibromialgia (FM) experimentam mais dificuldade em integrar seus pensamentos, sentimentos e memórias, conhecidos como sintomas dissociativos.

Fibromialgia está associada a sintomas mais dissociativos do que outros distúrbios reumáticos, diz estudo

Mulheres com fibromialgia (FM) experimentam mais dificuldade em integrar seus pensamentos, sentimentos e memórias, conhecidos como sintomas dissociativos, do que mulheres saudáveis ou com outras desordens reumáticas, segundo um estudo.

Embora muito poucos pacientes com fibromialgia no estudo tenham probabilidade de apresentar um transtorno dissociativo mental, os resultados sugerem que os sintomas relacionados à doença são particularmente prevalentes nesses pacientes e podem estar ligados à “névoa fibrosa” experimentada por muitos deles.

O estudo, "fibromialgia e sintomas dissociativos", foi publicado na revista CNS Spectrums.

Muitos pacientes com fibromialgia se queixam de dificuldades cognitivas, comumente descritas como névoa fibrosa ou nevoeiro cerebral. Essa condição pode se manifestar de maneiras diferentes, mas as queixas comuns incluem dificuldade em acompanhar conversas, concentrar-se e lembrar-se de coisas.

Embora a origem da névoa fibrosa ainda esteja em debate, alguns pesquisadores acreditam que ela pode estar relacionada, pelo menos em parte, a um transtorno dissociativo, definido como um senso de desconexão entre os pensamentos, sentimentos, consciência e memória.

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Sintomas comuns de transtorno dissociativo incluem perda de memória; uma sensação de estar desconectado de si mesmo; incapacidade de lidar bem com estresse, depressão, ansiedade; e pensamentos suicidas.

No entanto, evidências científicas que apóiam uma ligação entre os transtornos dissociativos e a fibromialgia são contraditórias.

Enquanto alguns estudos relatam uma alta prevalência e um risco aumentado de sintomas dissociativos em pacientes com fibromialgia, outros encontraram uma baixa prevalência de tais sintomas.

Para esclarecer esta questão, os pesquisadores realizaram um estudo observacional para determinar a associação entre fibromialgia e sintomas dissociativos.

Eles compararam três grupos de participantes do sexo feminino: 31 indivíduos saudáveis utilizados como controles, com idade média de 58 anos; 33 pacientes com distúrbios reumáticos, com média de idade de 57 anos; e 35 pacientes com fibromialgia, com média de idade de 56 anos.

O grau de sintomas dissociativos foi determinado em todos os grupos pela Escala de Experiências Dissociativas (DES), um questionário relatado pelo paciente, variando de 0 a 100. Consiste em 28 perguntas sobre as experiências da pessoa diariamente e com que frequência elas acontecem. O DES não é um instrumento de diagnóstico, mas destina-se apenas a fins de rastreio.

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O estudo mostrou que, em média, as mulheres com fibromialgia tinham escores de DES ligeiramente mais altos que os grupos controle e reumático, refletindo uma prevalência um pouco maior de sintomas dissociativos.

Mas aqueles pacientes que estavam tomando antidepressivos (duloxetina, nome comercial Cymbalta) ou analgésicos crônicos (pregabalina, marca Lyrica) relataram menos sintomas do que aqueles que não tomavam esses medicamentos.

Embora, em geral, os pacientes com fibromialgia tenham relatado mais sintomas dissociativos, apenas dois dos 35 tinham um escore maior que 30, o que é alto o suficiente para sugerir a presença de um transtorno dissociativo.

Traumas precoces, síndrome do estresse pós-traumático e vitimização parecem estar associados à dissociação, e os pacientes com fibromialgia também apresentam uma alta taxa de traumatismo ao longo da vida.

"Pacientes com fibromialgia tiveram escores mais altos, o que pode estar relacionado à associação de experiências dissociativas, traumatismo ao longo da vida e vitimização", escreveram os pesquisadores.

"Os antidepressivos podem ter algum papel nos sintomas dissociativos", disseram eles, acrescentando que estes medicamentos "parecem ter algum efeito sobre a gravidade de seus sintomas dissociativos, embora seu efeito principal sobre a dor".

No entanto, as intervenções psicoterápicas, ajustadas ao tipo de sintoma que o paciente está vivenciando, são o tratamento indicado para as manifestações dissociativas, segundo eles.

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Redação IS

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