Hepatologia - Doenças do Fígado
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Hepatologia - Doenças do Fígado

Doenças do Fígado - A Hepatologia estuda e realiza tratamento dos sintomas das Doenças do Fígado. Veja as principais Doenças do Fígado!

1- O que é Hepatologia ? Qual sua área de atuação ?

Hepatologia é a especialidade responsável pelo tratamento de doenças do fígado e das vias biliares. Considerada a área da medicina que estuda e cuida de doenças relacionadas ao fígado.

Atuamos na área clinica e cirúrgica relacionada a este órgão. Realizamos desde diagnóstico clinico da doença hepática, com ênfase no tratamento das hepatites agudas e crônicas, tratamento de cirrose, esteatose e esteato-hepatites; pesquisas relacionadas ao desenvolvimento e utilização de novas drogas,cirurgias do aparelho digestivo, com procedimentos e cirurgias do fígado incluindo ressecção, alcoolização e ablação de tumores, passando por biópsias, e o transplante de fígado com doador falecido ou entre vivos(doação do lado direito ou esquerdo do fígado).

A Hepatologia também oferece orientação preventiva com relação às hepatites virais, seja através do uso de vacinas, quer através da adoção de medidas que evitam a transmissão do agente viral.

Nas doenças hepáticas crônicas que na maioria dos casos é silenciosa, pode passar de forma despercebida em indivíduos saudáveis durante muitos anos antes que este descubra ser portador da moléstia, é primordial o diagnostico precoce.

Muitos dos profissionais da hepatologia são egressos da gastroenterologia, mas a necessidade de tratar mais diretamente os portadores de patologias hepáticas resultou na criação da especialidade.

Avanços na ultra-sonografia, ressonância magnética, entre outros exames de imagem tornaram mais precisos os diagnósticos de doenças hepáticas, bem como a precocidade na detecção de tumores.

2- Quais as doenças hepáticas mais comuns ? E quais são os seus sintomas?

As doenças do fígado estão assumindo uma importância extraordinária como problema de saúde pública, principalmente no que tange as doenças infecciosas desse órgão: as hepatites virais.

Estudo de base populacional desenvolvido no município de São Paulo ( Focaccia e col, 1998) encontrou-se uma estimativa de prevalência pontual de 1,42% para a Hepatite C crônica e 1,02% para hepatite B crônica.

Nos extratos etários acima de 30 anos a estimativa de prevalência de Hepatite C beira os 4,0% (intervalo de confiança de 95%), que nos permite estimar cerca de 150.000 pessoas portadoras assintomáticas do vírus dessa infecção e perto de 100.000 pessoas com hepatite B em sua forma crônica evolutiva somente no município de São Paulo.

Cerca de 25% aproximadamente dos portadores silenciosos de Hepatite C evoluem para cirrose em 10-15 anos.

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Não há estimativas seguras com relação à evolução da hepatite B, porém resultando com certeza em um número expressivo de casos que necessitam tratamento clínico e/ou cirúrgico. (desenvolvem com alta freqüência neoplasia primária de fígado quando não tratados).

Causas mais comuns de doenças do fígado:

  • A- Doenças virais: hepatites A, B, C, Delta, E, F e G
  • B- Doença hepática relacionada ao alcool
  • C- Doença hepática gordurosa- NASH- Esteatose e esteatohepatite (obesidade ou síndrome metabólica, alterações do colesterol e lipídeos, diabetes associado)
  • D- Doença hepática autoimune ( hepatite autoimune - doença genética que se manifesta na idade adulta gerando cirrose ou insuficiência aguda do órgão).
  • E- Toxidade por drogas ou medicamentos: solventes, tintas, tinner, remédios.

3- O que é cirrose hepática?

Cirrose é uma situação em que ocorre a morte de numerosas células do fígado, e a formação de "cicatrizes" fibrose e da alteração da sua forma e estrutura: o fígado apresenta vários nódulos (formações arredondadas). Esta situação leva à alteração da circulação do sangue através do fígado o que pode conduzir à formação de varizes (veias muito dilatadas no esôfago que podem romper facilmente) e da Ascite ("barriga de água").

A descoberta pode acontecer em um exame de sangue de rotina ou por meio de algumas manifestações, como:   

  • Icterícia (cor amarelada nos olhos, pele e mucosas);   
  • Ascite (líquido no interior da cavidade abdominal);   
  • Hemorragia digestiva( vômitos de sangue ou evacuações em borra de café).  
  •  Alterações comportamentais( encefalopatia hepática, confusão mental, desorientação, agressividade ou coma).

4- A hepatite C pode progredir para uma cirrose?

Sim, na história natural da doença, sem tratamento entre 10 a 15 anos o fígado já esta cirrótico. S

e existir associação com ingesta de álcool, este tempo reduz para 5 a 10 anos.

A Hepatite C é hoje considerada um problema de saúde pública.

Um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Hepatologia mostra que há uma prevalência muito elevada da doença no país inteiro, atingindo cerca de 2% da população.

O vírus C é bastante importante, porque cerca de 70% dos indivíduos que adquirem a infecção evoluem para a hepatite crônica e, embora numa proporção menor, mas ainda assim numa porcentagem importante, ao redor de 20% desses indivíduos podem evoluir para cirrose hepática.

Assim, do ponto de vista médico, é importante não só evitar a hepatite C, mas prevenir outras situações que possam agravar a doença e a sua progressão.

Com relação ao tratamento atual da hepatite C, o governo disponibiliza os medicamentos necessários, seja o interferon clássico ou o interferon peguilado.

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No tratamento mais moderno, que é feito com o peginterferon + a ribavirina, para os pacientes que têm o genótipo tipo 1 (o genótipo mais difícil de se tratar), cerca de 50% conseguem cura da doença.

Entre os que têm os genótipos 2 e 3, ao redor de 80% negativam o vírus. Esses dados representam um índice muito importante, pois há dez anos essa resposta não era atingida nem em 10% dos pacientes.

5 - Uma detecção precoce de câncer no fígado favorece o tratamento ? E quais são os possíveis tratamentos?

O Tumor maligno do fígado que se origina nas próprias células do órgão é chamado de carcinoma hepatocelular ou também hepatocarcinoma. é diferente dos tumores malignos que podem "ramificar" no fígado, vindo de outros órgãos como é o caso da mama ou cólon. São as chamadas de metástases hepáticas.

O carcinoma hepatocelular é um dos tumores mais frequentes a nível mundial, sendo um dos cinco canceres que mais mata.

O crescente aumento mundial nos casos de hepatite C, leva a maior prevalência desses tumores. Mais de 90% dos doentes acometidos por este câncer não sobrevive mais do que cinco anos.

Em termos práticos, o carcinoma hepatocelular é um tumor susceptível de prevenção: evitando o consumo excessivo de álcool, a hepatite B através da vacinação e a hepatite C não usando ou partilhando drogas injetáveis, usando preservativos nas relações de risco é claramente evitável.

Na cirrose é necessário a realização a cada 6 meses de um método de imagem: ultrasson de abdome para detecção precoce já que muitos carcinomas hepatocelulares podem surgir e crescer sem qualquer sintoma.

Quando diagnosticado em fase precoce, com menos de 5 cm, o indivíduo em questão poderá ser submetido a um transplante hepático, tratamento eficaz.

Outros tratamentos com eficácia são a cirurgia para retirada do nódulo tumporal: ressecção e métodos que causam a morte das células do tumor injetando álcool (alcoolização) ou fazendo passar corrente elétrica (radiofrequência).

A quimioterapia convencional não é nada eficaz. A melhor reposta acontece com a quimioterapia loco-regional ( uma arteriografia com quimioembolização).

No entanto, recentemente surgiu um fármaco inovador, administrado por via oral em comprimidos, que reduz o crescimento das células e dos vasos que alimentam a lesão. Chama-se Sorafenibe e é o primeiro medicamento que está associado ao aumento do tempo de vida neste câncer, habitualmente de muito mau prognóstico.

Em resumo, para prevenir o tumor primário do fígado, evite o consumo excessivo de álcool, a hepatite B e C; faça check ups regulares das provas de função hepáticas e se tiver cirrose não se esqueça de fazer uma ultrassonografia de 6 em 6 meses.

Dra. Eloiza Quintela
Médica Gastro-hepatogista e Cirurgiã
Membro da Sociedade Brasileira de Hepatologia e Doenças do Figado.

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