Por que dá Alergia Depois de Comer?
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Por que dá Alergia Depois de Comer?

Você sabe por que dá alergia depois de comer? Descubra as causas, os sintomas e o tratamento da alergia alimentar.

Por que dá Alergia Depois de Comer?

Entenda como o seu sistema imunológico reage aos alimentos alergênicos e quais são os sintomas, causas e tratamentos da Alergia alimentar.

Você já sentiu coceira, inchaço, vermelhidão ou dificuldade para respirar depois de comer algum alimento? Se sim, você pode ter tido uma reação alérgica, que é uma resposta do seu sistema imunológico a uma substância que ele considera perigosa. A alergia alimentar é um tipo de reação alérgica que ocorre quando você ingere um alimento que contém uma proteína que o seu organismo não reconhece e tenta combater.

A alergia alimentar é uma condição que afeta cerca de 8% das crianças e 3% dos adultos no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Ela pode causar sintomas leves, como coceira na boca, urticária ou diarreia, ou graves, como choque anafilático, que é uma emergência médica que pode levar à morte. Por isso, é importante saber quais são os alimentos que podem desencadear a alergia, como reconhecer os sinais de alerta e como tratar e prevenir as crises.

O Sistema Imunológico e a Alergia Alimentar

Como o seu corpo se defende dos invasores e por que ele às vezes se confunde com os alimentos?

O seu sistema imunológico é uma rede complexa de células, tecidos e órgãos que trabalham em conjunto para proteger o seu corpo de infecções, doenças e substâncias estranhas. Ele é capaz de reconhecer e eliminar milhares de microrganismos e moléculas que podem causar danos à sua saúde. Mas, às vezes, ele pode falhar e atacar algo que não deveria, como um alimento que você comeu. Isso é o que acontece na alergia alimentar, uma reação alérgica específica a um alimento.

A alergia alimentar é um tipo de hipersensibilidade, que é uma resposta imune exagerada e inadequada a um antígeno, que é uma substância que o sistema imunológico reconhece como estranha. Na alergia alimentar, o antígeno é uma proteína presente no alimento, chamada de alérgeno. O alérgeno pode ser encontrado em qualquer parte do alimento, como na casca, na semente, na polpa ou no suco. Alguns exemplos de alimentos que podem conter alérgenos são: leite, ovos, trigo, soja, amendoim, castanhas, peixes, frutos do mar, entre outros.

Mas, por que o sistema imunológico reage a esses alimentos, se eles não são perigosos? E como ele faz isso? Quais são os mecanismos envolvidos na alergia alimentar? Quais são os efeitos que eles causam no seu corpo? Neste capítulo, você vai descobrir as respostas para essas perguntas e entender melhor como o seu sistema imunológico funciona e por que ele às vezes se engana.

Causas e Fatores de Risco da Alergia Alimentar

Por que algumas pessoas desenvolvem alergia a certos alimentos e outras não?

Você já se perguntou por que algumas pessoas podem comer de tudo sem problemas e outras têm que evitar certos alimentos porque podem ter uma reação alérgica grave? A resposta está nos fatores que influenciam o desenvolvimento da alergia alimentar, que são: os alimentos alergênicos, os fatores genéticos e predisposição, a microbiota intestinal e a permeabilidade intestinal. Vamos entender melhor cada um deles?

Os alimentos alergênicos são aqueles que contêm proteínas que o sistema imunológico reconhece como estranhas e potencialmente perigosas. Essas proteínas são chamadas de alérgenos e podem desencadear uma resposta imune exagerada e inadequada, que é a alergia alimentar. Existem mais de 170 alimentos que podem causar alergia, mas alguns são mais comuns do que outros. Segundo a ASBAI, os alimentos que mais provocam alergia no Brasil são: leite de vaca, ovo, trigo, soja, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. Esses alimentos são responsáveis por cerca de 90% dos casos de alergia alimentar.

Os fatores genéticos e predisposição são aqueles que determinam se uma pessoa tem mais ou menos chances de desenvolver alergia alimentar. Isso depende da herança genética que ela recebe dos seus pais e antepassados, que pode influenciar na produção e na sensibilidade dos anticorpos IgE, que são os principais envolvidos na alergia alimentar. Além disso, existem outros fatores que podem aumentar o risco de alergia alimentar, como: ter outras doenças alérgicas, como asma, rinite ou dermatite atópica; ter histórico familiar de alergia alimentar; ser do sexo feminino; ser criança ou adolescente; ter deficiência de vitamina D; ter obesidade; entre outros.

microbiota intestinal é o conjunto de microrganismos que vivem no nosso intestino e que desempenham funções importantes para a nossa saúde, como: auxiliar na digestão, produzir vitaminas, regular o metabolismo, proteger contra infecções e modular o sistema imunológico. A microbiota intestinal é formada por bactérias, fungos, vírus e outros microorganismos que convivem em equilíbrio. Porém, quando esse equilíbrio é alterado por fatores como: uso de antibióticos, dieta inadequada, estresse, poluição, entre outros, pode ocorrer a disbiose intestinal, que é um desequilíbrio da microbiota que favorece o crescimento de microrganismos nocivos e prejudica os benéficos. A disbiose intestinal pode afetar a função da barreira intestinal, que é a camada de células e muco que reveste o intestino e impede a entrada de substâncias indesejadas na corrente sanguínea, e também pode alterar a resposta imune, tornando-a mais propensa a reagir de forma alérgica aos alimentos.

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permeabilidade intestinal é a capacidade do intestino de controlar o que entra e o que sai dele. Quando o intestino está saudável, ele permite a passagem de nutrientes, água e eletrólitos, mas impede a entrada de toxinas, microrganismos e alérgenos. Porém, quando o intestino está inflamado ou lesionado por algum motivo, ele pode ficar mais permeável, ou seja, mais aberto para a entrada de substâncias que não deveriam entrar. Isso é chamado de síndrome do intestino permeável ou leaky gut, em inglês. A síndrome do intestino permeável pode facilitar a entrada de alérgenos alimentares na corrente sanguínea, onde eles podem encontrar os mastócitos, que são as células que liberam os mediadores inflamatórios que causam os sintomas da alergia alimentar. Por isso, a permeabilidade intestinal aumentada é considerada uma porta de entrada para as alergias.

Sintomas e Diagnóstico da Alergia Alimentar

Como reconhecer os sinais de alerta e confirmar se você tem alergia a algum alimento?

Você já sabe o que é a alergia alimentar e como ela acontece no seu corpo. Mas, como você pode saber se você tem alergia a algum alimento? Quais são os sintomas que você deve ficar atenta? Como é feito o diagnóstico da alergia alimentar? Quais são os exames que você pode fazer para identificar os alimentos que te causam alergia? Neste capítulo, você vai aprender a responder essas perguntas e a entender melhor como a alergia alimentar se manifesta e como ela pode ser confirmada.

Os sintomas de alergia alimentar são as manifestações clínicas que ocorrem quando você ingere um alimento que contém um alérgeno, ou seja, uma proteína que o seu sistema imunológico reconhece como estranha e tenta combater. Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, de acordo com a sensibilidade, a quantidade e o tipo de alimento ingerido, e o órgão ou sistema afetado. Os sintomas podem ser leves, moderados ou graves, e podem aparecer logo após a ingestão do alimento ou demorar algumas horas ou até dias. Os sintomas mais comuns da alergia alimentar são:

  • Coceira na boca, na língua, nos lábios ou na garganta
  • Inchaço na face, nos lábios, na língua, na garganta ou nas pálpebras
  • Vermelhidão na pele, urticária ou eczema
  • Dificuldade para respirar, chiado no peito, tosse ou asma
  • Dor abdominal, náusea, vômito ou diarreia
  • Tontura, queda da pressão arterial ou desmaio

reação anafilática é o tipo mais grave de reação alérgica, que pode colocar a vida em risco. Ela ocorre quando vários órgãos e sistemas são afetados ao mesmo tempo, causando uma resposta inflamatória generalizada e uma queda da pressão arterial. A reação anafilática pode causar sintomas como:

  • Dificuldade para respirar, engolir ou falar
  • Inchaço na boca, na garganta ou na língua
  • Palpitações, taquicardia ou arritmia
  • Perda da consciência, convulsões ou parada cardíaca

A reação anafilática é uma emergência médica que requer atendimento imediato. Se você ou alguém que você conhece apresentar esses sintomas, ligue para o serviço de emergência ou procure o hospital mais próximo. O tratamento da reação anafilática é feito com a aplicação de adrenalina, que é uma substância que ajuda a reverter os efeitos da inflamação e a restaurar a pressão arterial e a respiração.

diagnóstico de alergia alimentar é feito com base na história clínica, nos sintomas, nos exames físicos e nos testes de alergia. O médico especialista em alergia alimentar é o alergologista ou imunologista, que pode solicitar os seguintes exames para confirmar a alergia alimentar:

  • Teste de alergia cutâneo: é um teste que consiste em aplicar uma gota de uma solução que contém o alérgeno na pele do braço ou das costas, e fazer uma pequena picada ou arranhão no local. Se houver alergia, a pele fica vermelha, inchada e coçando no local da aplicação. O teste é rápido, simples e seguro, mas pode causar desconforto e reações falsas positivas ou negativas. O teste deve ser feito sob supervisão médica e com o uso de medicamentos para aliviar os sintomas, se necessário.
  • Teste de alergia de sangue: é um teste que consiste em coletar uma amostra de sangue e analisar a presença e a quantidade de anticorpos IgE específicos para o alérgeno. Os anticorpos IgE são os responsáveis pela alergia alimentar, pois se ligam aos mastócitos e liberam os mediadores inflamatórios que causam os sintomas. O teste é mais caro, demorado e menos sensível do que o teste cutâneo, mas pode ser útil em casos de reações graves, de impossibilidade de fazer o teste cutâneo ou de dúvidas sobre o alérgeno.
  • Dieta de eliminação e desafio alimentar: são ferramentas que consistem em retirar o alimento suspeito da dieta por um período de tempo, e depois reintroduzi-lo sob supervisão médica, observando se há melhora ou piora dos sintomas. A dieta de eliminação serve para verificar se o alimento é realmente o causador da alergia, e o desafio alimentar serve para confirmar o diagnóstico e avaliar a tolerância ao alimento. Essas ferramentas devem ser feitas com orientação médica e nutricional, pois podem causar deficiências nutricionais ou reações alérgicas graves.

Manejo e Prevenção da Alergia Alimentar

Como conviver com a alergia alimentar e evitar as crises?

Você já sabe o que é a alergia alimentar, como ela acontece, quais são os sintomas e como é feito o diagnóstico. Mas, e agora? Como você pode lidar com essa condição que afeta a sua qualidade de vida e a sua relação com os alimentos? Quais são as medidas que você pode tomar para controlar e prevenir as reações alérgicas? Quais são as novidades e as esperanças para o futuro? Neste capítulo, você vai aprender a responder essas perguntas e a entender melhor como a alergia alimentar pode ser manejada e prevenida.

leitura de rótulos é uma das principais medidas que você deve adotar para evitar a ingestão de alimentos que contêm alérgenos. Os rótulos são as etiquetas que informam os ingredientes, a data de validade, o modo de preparo e as informações nutricionais dos alimentos industrializados. Os rótulos também devem alertar sobre a presença de alérgenos ou a possibilidade de contaminação cruzada, que é quando um alimento entra em contato com outro que contém alérgenos, durante o processo de produção, armazenamento ou transporte. Por isso, é importante que você leia atentamente os rótulos antes de comprar ou consumir qualquer alimento, e que você evite aqueles que não têm rótulos ou que têm rótulos incompletos ou ilegíveis.

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dieta de exclusão é outra medida que você deve adotar para evitar as reações alérgicas. A dieta de exclusão consiste em retirar da sua alimentação todos os alimentos que contêm o alérgeno que te causa alergia, e também aqueles que podem conter traços ou vestígios dele. A dieta de exclusão deve ser feita com orientação médica e nutricional, para garantir que você não tenha deficiências nutricionais ou perda de peso. A dieta de exclusão também deve ser adaptada à sua rotina, ao seu paladar e às suas preferências, para que você possa ter uma alimentação saudável, variada e prazerosa. Além disso, a dieta de exclusão deve ser respeitada em todas as situações, seja em casa, na escola, no trabalho, em restaurantes ou em viagens. Para isso, você deve planejar as suas refeições com antecedência, levar os seus próprios alimentos, informar as pessoas sobre a sua alergia e pedir ajuda quando necessário.

Os anti-histamínicos e a adrenalina são medicamentos que podem ser usados para controlar as reações alérgicas, caso elas ocorram. Os anti-histamínicos são remédios que bloqueiam a ação da histamina, que é um dos mediadores inflamatórios liberados pelos mastócitos na alergia alimentar. A histamina é responsável por causar sintomas como coceira, vermelhidão, inchaço e dor. Os anti-histamínicos podem aliviar esses sintomas, mas não impedem a progressão da reação alérgica. Por isso, eles devem ser usados apenas como uma medida paliativa, e não como uma forma de prevenção. A adrenalina é uma substância que age no sistema nervoso e no sistema cardiovascular, revertendo os efeitos da inflamação e da queda da pressão arterial na reação anafilática. A adrenalina é administrada por meio de uma injeção intramuscular, que pode ser feita pelo próprio paciente ou por alguém que esteja com ele, caso ele tenha uma caneta de adrenalina. A adrenalina é o único tratamento eficaz para a reação anafilática, e deve ser usada imediatamente após o aparecimento dos sintomas. Após o uso da adrenalina, o paciente deve procurar atendimento médico de emergência, para receber o acompanhamento adequado.

educação alimentar é uma medida que visa empoderar o indivíduo com alergia alimentar, para que ele possa ter autonomia, segurança e confiança na sua alimentação. A educação alimentar envolve o conhecimento sobre os alimentos, os alérgenos, os rótulos, as receitas, as substituições, as técnicas de preparo, os cuidados de higiene, os direitos do consumidor, as legislações, as políticas públicas, as associações de apoio, entre outros aspectos relacionados à alergia alimentar. A educação alimentar também envolve o desenvolvimento de habilidades, atitudes e comportamentos que favoreçam a adesão à dieta de exclusão, a prevenção das reações alérgicas, a comunicação efetiva, a autoestima, a autoconfiança, a autoeficácia, a resiliência, a qualidade de vida e o bem-estar. A educação alimentar pode ser feita por meio de cursos, palestras, oficinas, materiais educativos, grupos de apoio, redes sociais, entre outros recursos que possam informar, orientar e capacitar o indivíduo com alergia alimentar e as pessoas que convivem com ele.

As novas pesquisas e perspectivas futuras são fontes de esperança para o indivíduo com alergia alimentar, pois podem trazer novas possibilidades de tratamento, prevenção e cura da alergia alimentar. As novas pesquisas e perspectivas futuras envolvem o estudo dos mecanismos moleculares, celulares e imunológicos da alergia alimentar, a identificação de novos alérgenos, biomarcadores e fatores de risco, a avaliação da eficácia e segurança de novas terapias, como a imunoterapia oral, sublingual ou epicutânea, a vacinação, a probiótica, a terapia gênica, entre outras. As novas pesquisas e perspectivas futuras também envolvem o desenvolvimento de novas tecnologias, como testes de diagnóstico mais precisos e rápidos, dispositivos de administração de adrenalina mais práticos e acessíveis, aplicativos de celular que auxiliem na leitura de rótulos, no monitoramento dos sintomas, na localização de serviços de saúde, entre outros. As novas pesquisas e perspectivas futuras são frutos do avanço da ciência e da colaboração entre pesquisadores, profissionais de saúde, pacientes, familiares, associações, indústrias, governos e sociedade civil, que buscam melhorar a qualidade de vida e a saúde das pessoas com alergia alimentar.

Descubra a verdade sobre a alergia alimentar e como viver melhor com ela

A alergia alimentar não é um bicho de sete cabeças, mas requer cuidados e informação

Você chegou ao final deste artigo e aprendeu muitas coisas sobre a alergia alimentar, uma condição que afeta milhões de pessoas no mundo todo e que pode causar desde sintomas leves até reações graves que podem comprometer a vida. Você viu o que é a alergia alimentar, como ela acontece no seu corpo, quais são os alimentos que podem provocá-la, como reconhecer os sinais de alerta, como confirmar o diagnóstico, como controlar e prevenir as crises, e como conviver com essa condição que afeta a sua qualidade de vida e a sua relação com os alimentos.

Agora, você está mais informada, consciente e preparada para lidar com a alergia alimentar, seja você ou alguém que você conhece que tenha essa condição. Você sabe que a alergia alimentar não é um bicho de sete cabeças, mas que requer cuidados e atenção. Você sabe que a alergia alimentar não tem cura, mas que pode ser manejada e prevenida. Você sabe que a alergia alimentar não é uma limitação, mas que pode ser uma oportunidade de aprender, de se adaptar e de se empoderar.

Esperamos que este artigo tenha sido útil, esclarecedor e inspirador para você. Queremos que você saiba que você não está sozinha nessa jornada, e que você pode contar com o apoio de profissionais de saúde, de associações de pacientes, de familiares, de amigos e de outras pessoas que compartilham da mesma experiência que você. Queremos que você saiba que você pode ter uma vida saudável, feliz e plena, mesmo com a alergia alimentar.

Lembre-se: a alergia alimentar é uma parte da sua vida, mas não é a sua vida inteira. Você é muito mais do que isso. Você é única, especial e incrível. E você pode tudo o que você quiser.

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Sobre o Autor
Redação IS

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